sábado, 26 de maio de 2012

um pequeno aperitivo de marc chagall

A obra de Marc Chagall é um verdadeiro mosaico temático de tendências artísticas variadas. Eclético por natureza, o artista plástico bielorrusso flertou com as mais variadas escolas de arte da sua época, como o surrealismo, o expressionismo e o cubismo. Teve uma vida intensa de exílios, amores e muita arte, tendo "desencarnado" ainda jovem, aos 98 anos de idade, em plena produtividade artística.
Abaixo, alguns pequenos aperitivos da arte desse gênio, e uma breve biografia de sua vida e obra.
A todos e todas, um bom deleite!

adam and eve expelled from paradise

chloe carried off by the methymnaens

circus horse rider

i and the village

la caduta di icaro

paradise

the enamoured

the poet with the birds

the sabbath

Nascido Mojša Zacharavič Šahałaŭ' (em bielorrusso Мойша Захаравіч Шагалаў; em russo Мовшa Хацкелевич Шагалов), quando entrou para o ateliê de um retratista famoso da sua cidade natal. Lá aprendeu não só as técnicas de pintura, como a gostar e a exprimir a arte. Ingressou, posteriormente, na Academia de Arte de São Petersburgo, de onde rumou para a próspera cidade-luz, Paris.
Ali entrou em contacto com as vanguardas modernistas que enchiam de cor, alegria e vivacidade a capital francesa. Conheceu também artistas como Amedeo Modigliani e La Fresnay. Todavia, quem mais o marcou, deste próspero e pródigo período, foi o modernista Guillaume Apollinaire, de quem se tornou grande amigo.
É também neste período que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos quadros: Eu e a aldeia e O Soldado bebé, pintados em 1911 e em 1912, respectivamente.
Os títulos dos quadros foram dados por Blaise Cendrars. Coube a Guillaume Apollinaire selecionar as obras que seriam posteriormente expostas em Berlim, no ano em que a 1º Grande Guerra rebentou, em 1914.
Neste ano, após a explosão da guerra, Marc Chagall volta ao seu país natal, sendo, portanto, mobilizado para as trincheiras. Todavia, permaneceu em São Petersburgo, onde casou um ano mais tarde com Bella, uma moça que conheceu na sua aldeia.
Depois da grande revolução socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário czarista, foi nomeado comissário para as belas-artes, tendo inaugurado uma escola de arte, aberta a quaisquer tendências modernistas. Foi neste período que entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir do cargo.
Retornou então, a Paris, onde iniciou mais um pródigo período de produção artística, tendo mesmo ilustrado uma Bíblia. Em 1927, ilustrou também as Fábulas de La Fontaine, tendo feito cem gravuras, somente publicadas em 1952. São também deste ano conhecidas, as suas primeiras paisagens.
Visitou, em 1931, a Palestina e, depois, a Síria, tendo publicado, em memória destas duas viagens o livro de carácter autobiográfico Ma vie (em português: "Minha vida").
Desde o ano de 1935, com a perseguição dos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em mais uma guerra, Chagall começa a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que também era judeu convicto.
Anos mais tarde, parte para os Estados Unidos da América, onde se refugia dos alemães. Lá, em 1944, com o fim da guerra a emergir, Bella, a sua mulher, falece, facto que lhe causa uma enorme depressão, mergulhando novamente no mundo das evocações, dos chamamentos, dos sonhos. Conclui este período com um quadro que já havia iniciado em 1931:Em torno dela.
Dois anos depois do fim da guerra, regressa definitivamente à França, onde pintou os vitrais da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Na França e nos Estados Unidos da América pintou, para além de diversos quadros, vitrais e mosaicos. Explorou também os campos da cerâmica, tema pelo qual teve especial interesse.
Em sua homenagem, em 1973, foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, na famosa cidade do sul da França, Nice. Em 1977 o governo francês condecorou-o com a Grã-cruz da Legião de Honra.
Tendo sido um dos melhores pintores do século XX, Marc Chagall faleceu em Saint-Paul-de-Vence, no sul da França, em 1985.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

um pequeno aperitivo de waly salomão

Eis um pequeno aperitivo para quem não conhece ou pouco conhece a vida e a obra desse grande poeta baiano. Vale a pena!!

waly salomão. foto: wilson midlej

Fábrica do Poema
In memoriam Donna Lina Bo Bardi
sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por
palavra,
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras.
acordo.
e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
acordo.
o prédio, pedra e cal, esvoaça
como um leve papel solto à mercê do vento
e evola-se, cinza de um corpo esvaído
de qualquer sentido.
acordo,
e o poema-miragem se desfaz
desconstruído como se nunca houvera sido.
acordo!
os olhos chumbados
pelo mingau das almas e os ouvidos moucos,
assim é que saio dos sucessivos sonos:
vão-se os anéis de fumo de ópio
e ficam-se os dedos estarrecidos.
sinédoques, catacreses,
metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro.
não deve adiantar grande coisa
permanecer à espreita no topo fantasma
da torre de vigia.
nem a simulação de se afundar no sono.
nem dormir deveras.
pois a questão-chave é:
sob que máscara retornará o recalcado?
(mas eu figuro meu vulto
caminhando até a escrivaninha
e abrindo o caderno de rascunho
onde já se encontra escrito
que a palavra "recalcado" é uma expressão
por demais definida, de sintomatologia cerrada:
assim numa operação de supressão mágica
vou rasurá-la daqui do poema)
pois a questão-chave é:
sob que máscara retornará?

Devenir, devir
Término de leitura
de um livro de poemas
não pode ser o ponto final.
Também não pode ser
a pacatez burguesa do
ponto seguimento.
Meta desejável:
alcançar o
ponto de ebulição.
Morro e transformo-me.
Leitor, eu te reproponho
a legenda de Goethe:
Morre e devém
Morre e transforma-te.

Waly Dias Salomão
(Jequié, 3 de setembro de 1943 Rio de Janeiro, 5 de maio de 2003)

 O poeta, letrista, ator e produtor cultural brasileiro nascido em Jequié, Estado da Bahia, participou do movimento cultural Tropicália, na década de 60, que misturou temas e palavras americanas aos utilizados pela popular Bossa Nova, mas não se considerava do grupo. Filho de pai sírio e mãe baiana, desde cedo mostrou-se voltado para a intelectualidade.
Lançou seu primeiro livro de poemas, Me Segura que eu Vou Dar um Troço (1971), uma obra com textos escritos durante uma temporada passada na prisão, paginados e diagramados pelo artista plástico e seu amigo Hélio Oiticica (1937-1980). Neste ano também dirigiu o clássico show Fa-tal (1971), marco na carreira de Gal Costa. Co-autor de músicas como Mel e Talismã, ambas em parceria com Caetano e que viraram título dos discos de Maria Bethânia (1979 /1980), respectivamente, Anjo Exterminado e Mal Secreto, com Jards Macalé, Assaltaram a Gramática, com Lulu Santos e sucesso com os Paralamas do Sucesso, Balada de um Vagabundo, com Roberto Frejat, Pista de Dança, com Adriana Calcanhotto, e Vapor Barato, com Jards Macalé, entre outros.
Entre seus livros de sucesso figuraram Gigolô de Bibelôs, Surrupiador de Souvenirs, Algaravias, Lábia e Tarifa de Embarque (2000), entre outros. Participou do filme Gregório de Mattos (2002), da cineasta Ana Carolina, onde vivia o poeta luso-baiano ao lado de Marília Gabriela e Ruth Escobar. Casado e pai de dois filhos, o poeta da Tropicália ficou internado por doze dias na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio, para fazer tratamento de um câncer no intestino e morreu aos 59 anos. A causa mortis oficial foi a falência múltipla de órgãos, depois que a doença causou metástase para o fígado. Após o velório no Cemitério São João Batista, o corpo do poeta e letrista foi cremado no Cemitério do Caju, na zona norte do Rio de Janeiro. Era secretário Nacional do Livro do Ministério da Cultura, nomeado pelo Ministro Gilberto Gil, e responsável pela divulgação do livro
e da leitura.
Em 1997, ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura com o livro de poesia Algaravias. Seu último livro foi Pescados Vivos, publicado em 2004, após sua morte.

Fonte: www.rosanycosta.com.br

quinta-feira, 10 de maio de 2012

álbuns inesquecíveis - rock (nacional)

Música sempre fez parte de minha vida. Desde muito jovem, lembro-me, por exemplo, de ouvir os LPs de Roberto Carlos junto com meu pai, fã confesso do “rei”.
Comecei me interessando, de forma ainda meio descompromissada, por músicas que estavam na moda, na época (início da década de 1990), as chamadas “mixages”, ou simplesmente músicas eletrônicas comerciais. Mas, interesse em música pra valer mesmo veio com o rock, a partir de meados da década citada. A partir de então, veio outros interesses musicais, e desde então nunca mais deixei se ouvir música. Mais do que isso, sentir música.
A série que agora inauguro tem por objetivo fazer uma antologia musical da minha vida, álbuns, de diferentes vertentes musicais, que foram cruciais para o meu despertar nessa arte soberana e que até hoje compõem a trilha sonora de minha existência.
Os álbuns não estarão em ordem de preferência ou de qualquer outro critério, estarão organizados aleatoriamente.
Abrindo a série, uma pequena seleção de álbuns de rock “brazuca” marcantes em minha vida. Lógico que não estão todos eles (seriam muitos), apenas alguns que despertam uma nostalgia especial em mim. 
 


Raimundos – Raimundos


Se não me falha a memória, este foi o primeiro álbum que me despertou realmente para o rock nacional. Isso em 1995, aproximadamente. Quando ouvi pela primeira vez esse álbum, por meio de uma fita cassete emprestada por um colega de escola na época (o saudoso Antônio Érico), fiquei em estado de êxtase. Uma barulheira “infernal”, permeada por um vocal esquizofrênico entoando letras recheadas de palavrões e gírias. Um hardcore nervoso e visceral temperado por elementos da cultura nordestina, como o baião. Destaque para as faixas Puteiro em João Pessoa, Nega Jurema, Cintura Fina e Rapante. Ah, também tem a “baladinha” Selim.
 

Legião Urbana – As Quatro Estações


Esse álbum, apesar de não ter sido meu primeiro contato com esse grupo brasiliense seminal para a explosão do pop rock nacional na década de 1980, foi, sem dúvida, o que contribuiu para que eu começasse a observar o rock brasileiro com outros olhos. Capitaneado pelo eterno Renato Russo, esse registro traz canções que constituem verdadeiros hinos para a juventude brasileira, como Pais e Filhos e Há Tempos. Há também baladas com alguma essência politizada, como a bela Se Fiquei Esperando o Meu Amor Passar. Também destaco canções menos populares como Eu Era Um Lobisomem Juvenil.


Titãs – Go Back


Esse álbum constitui o primeiro registro ao vivo do grupo paulistano em áudio, gravado em 1988. A faixa título é originalmente um belíssimo poema do tropicalista Torquato Neto, morto em 1973. O arranjo é um reggae melódico e cadenciado que se encaixou perfeitamente na letra.

“Você me chama
Eu quero ir pro cinema
Você reclama
Meu coração não contenta
Você me ama
Mas de repente
A madrugada mudou (...)”

O álbum ainda traz canções emblemáticas e sucessos em versões furiosas, como Pavimentação, Cabeça Dinossauro e Polícia.


Paralamas do Sucesso – Vamo Batê Lata


Esse álbum duplo do grupo carioca, também seminal para a explosão do rock nacional nos anos 1980, contribuiu para que eu passasse a enxergar a banda de verdade. A mistura de rock, ska, reggae e sonoridades da música latina em geral, abriram meus olhos para outras possibilidades sonoras dentro do rock n’ roll. Até então, conhecia um hit aqui, outro acolá (isso em 1995, mais ou menos), mas nunca tinha parado para escutar nada deles mesmo. O material contém um álbum de estúdio contendo quatro faixas, então inéditas, com destaque para Uma Brasileira, parceria de Hebert Vianna e Carlinhos Brown e a politizada Luíz Inácio, uma referência ao então futuro presidente da república. No álbum gravado ao vivo, fica evidenciada a plena harmonia entre três músicos explendidamente talentosos e uma banda de apoio igualmente sensacional. O registro é aberto com a emblemática e então inédita A Novidade, parceria da banda com Gilberto Gil. Destaques também para Dos Margaritas, a belíssima Lanterna dos Afogados e Meu Erro, com direito a Soul Sacrifice, do espetacular guitarrista mexicano Carlos Santanna, como faixa incidental.


Ave Sangria – Ave Sangria


Juntamente com os Mutantes, esse grupo pernambucano, pioneiro na cena psicodélica nordestina no início dos anos 1970, me chamou atenção tanto pela musicalidade emm si, uma mistura de rock psicodélico com elementos da música popular nordestina, como pela presença de palco dos caras. Tive a oportunidade de ver alguns vídeos de shows deles, que chegavam a soltar charadas para os policiais que faziam a “segurança” do show, isso em plena ditadura militar. Também se apresentavam travestidos e chegavam a se beijarem na boca em algumas ocasiões. Merecem destaques também as letras emblemáticas do poeta e vocalista Marco Pólo, como Três Margaridas, a polêmica Seu Waldir (com suposta apologia ao homossexualismo) e O Pirata, e para a bela Dois Navegantes, composta pelo baixista Almir de Oliveira. Tem também a instrumental, com título provocador, Sob o Sol de Satã. Após o fim do grupo, em 1976, cada integrante tomou um rumo. Dos que ainda têm mais contato com a mídia, Marco Pólo hoje trabalha como jornalista e poeta e o guitarrista Paulo Rafael é produtor musical e faz parte da banda de apoio de Alceu Valença.  
 

Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama ao Caos


O Movimento MangueBeat, capitaneado por Fred Zero Quatro e Chico Science, respectivos líderes dos grupos Mundo Livre S. A. e Chico Science & Nação Zumbi, respectivamente, constituiu um dos movimentos mais emblemáticos no sentido de reafirmar o caráter universal da música nordestina no Brasil. Surgido a partir do manifesto intitulado Caranguejos com Cérebro, assinado por Fred Zero Quatro, o movimento propunha uma revalorização da cultura popular nordestina, especialmente a  pernambucana, a partir de um olhar para o contexto sócio-cultural das comunidades dos  manguezais, e também de sua dinâmica natural. O álbum citado constitui o primeiro registro do citado grupo, que chamou atenção pelo som pesado do rock, casado pelo suingue da sonoridade de dubs e da soul music, com elementos do maracatu (tambores frenéticos, agogôs, djambês, enfim). Destaque para canções que marcaram época como Da Lama ao Caos e Banditismo por uma Questão de Classe.
 

Lampirônicos – Que Luz é Essa?


Esse grupo baiano surgiu na terra do axé no início dos anos 2000, com uma proposta musical pautada na mistura suingada do pop rock com o baião e a música eletrônica. O nome surgiu da fusão do termo “Lampiões eletrônicos”, durante uma brincadeira entre os integrantes. O álbum é o primeiro registro do grupo, e também o único com o vocalista original Nikima, que deixou o grupo após a turnê do álbum para se dedicar a projetos mais alternativos. A faixa-título é uma das muitas canções esquecidas de Raul Seixas, que originalmente é um baião, e que na nova versão ganha um suingue capitaneado por samplers e guitarras. Algumas canções merecem destaque como Olhou pro Céu, Mestiça Raíz e a ótima regravação de Espelho Cristalino, de Alceu Valença, que conta com uma participação do próprio nos backing vocals.

henrique magalhães
(todos os direitos reservados)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

aula-show com ariano suassuna - feira de santana (ba), 06/05/2012

O mestre Ariano Suassuna

Ontem, no início da noite do domingo, 06 de maio de 2012, tive o previlégio de assistir a uma "aula-show" com um dos maiores mestres vivos da literatura brasileira: Ariano Suassuna.
Com uma lucidez ainda invejável no auge de seus 84 anos de idade, apesar de sua voz frágil, rouca e "horrorosa", conforme ele mesmo ressaltou ao longo da aula, de forma senpre bem-humorada, o escritor, dramaturgo e precussor do Movimento Armorial, movimento surgido na década de 60/ 70 e que tinha como proposta a fusão da cultura popular nordestina com elementos da cultura barroca e clássica.
Com maestria, leveza e bom-humor, o mestre Ariano brincou com o público em diversos momentos, contou "causos" vividos por ele mesmo e por pessoas de seu convívio, incluindo colegas escritores, e discorreu sobre a temática do sertão através de suas obras, como O Auto da Compadecida e A Santa e a Porca, ao longo de aproximadamente 2 horas de "aula-show".
Na ocasião, levei um livro contendo uma antologia poética dele para uma possibilidade de autógrafo, mas a disputa tava tão grande no final que acabei desistindo, o que não chegou a ser uma frustração. Já estava satisfeito o suficiente.
O evento terminou com a certeza de que a cultura popular do nordeste continua mais viva do que nunca, apesar da mesma parecer (apenas parecer!) pequena muitas vezes, diante de tantas novidades "descartáveis" a que temos acesso hoje, isso em um espaço de tempo muito pequeno. Outro ponto que foi ressaltado pelo mestre: os livros impressos são insubstituíveis, apesar dos livros on-line.
Salve mestre! Valeu!!

Henrique Magalhães
(todos os direitos reservados)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

arnaldo jabor - "texto imperdível"

Prezadas amigas e amigos,
Agora a pouco fui surpreendido com um daqueles infindos e-mails encaminhados (a maioria deles patéticos) que carregam aqueles dizeres no final: "REPASSEM ESSA MENSAGEM".
A maioria desse tipo de mensagem que eu recebo (são muitas, diga-se de passagem), eu nem me dou ao trabalho de ler, porém essa eu achei por bem fazê-lo. Trata-se de um "testículo" (no sentido mais pejorativo da palavra) de uma das figuras mais pseudo-intelectuais e pretenciosas da televisão brasileira, que nos "brinda" (a mim mesmo não!) toda a noite no Jornal Nacional com sua coluna de comentários acerca de política, cultura e afins, todos eles pretenciosos e recheados de opiniões de cunho preconceituoso em todas as suas vertentes, além de serem nada imparciais, visivelmente de direita.
Nesse "testículo" (abaixo) ele destila comentários pejorativos e preconceituosos sobre o povo mais batalhador e alegre desse planeta, O POVO BRASILEIRO, do qual eu honrosamente faço parte.
Leiam, tirem suas próprias conclusões e comentem!
Um abraço.

Arnaldo Jabor


- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade.
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.
- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários da bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.
Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
- O Brasil é um pais democrático. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense!

O famoso jeitinho brasileiro.
Em minha opinião , um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro. Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram....
Brasil, o país do futuro!?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

Arnaldo Jabor

o que é uma mulher gostosa?

Amigos,

Esse vídeo, criado por meu ilustre amigo cearense George Facundo, que apesar de ser uma piada personificada, jura de pé junto que não sabe contar piada (ele uma vez me afirmou isso pessoalmente), traz a tona uma das questões mais enigmáticas do mundo moderno e dos botecos da vida: "O QUE É UMA MULHER GOSTOSA?".
Dêem uma conferida, se divirtam, tirem suas próprias conclusões e comentem!!

Um abraço.


http://www.youtube.com/watch?v=Fu1UW1PItTk

terça-feira, 1 de maio de 2012

(en)canto

a lua nascente e ao crepúsculo

exalei-me
sem prantos ou vestes
por sublimes eternos instantes
ao tempo
à lua
ao crepúsculo alaranjado sobre o mar anil
à primeira mulher
(e à última também)
que para sempre amei

henrique magalhães
(todos os direitos reservados)

à-deus


fui...

já era tarde
sem despedidas
sem adeus
à-deus

na chegada...

embora crepúsculo
era cedo
o sol se ía
e eu partia
de mim mesmo

henrique magalhães
(todos os direitos reservados)

vozes inocentes - sinopse



Assisti esse filme há uns três anos atrás, se não me falha minha memória.
Trata-se de uma belíssima e dramática estória que se passa em El Salvador, nos anos 80, em meio ao auge da guerra civil que assolou o país naquele período. O personagem principal é uma criança de 11 anos de idade chamada Chava (Carlos Padilha), que após seu pai abandonar a família em meio à guerra civil , se torna o "homem da casa". Por causa da guerra as forças armadas do governo recrutam garotos de 12 anos, retirando-os das salas de aula. Chava ainda tem um ano até ser também recrutado, sendo que neste período precisa conseguir um emprego para ajudar sua mãe (Leonor Varela) a pagar as contas e também escapar da violência diária causada pela guerra civil.
Recomendadíssimo para quem gosta de filmes que misturem uma boa ficção contextualizada em um fato histórico real, com ótimas pitadas de drama e superação.

Título Original: Voces Inocentes
Lançamento: 2004
Direção: Luis Mandoki
Elenco: Carlos Padilha, Léonor Varela, Ofelia Medina, Daniel Gimenez-Cacho
Gênero: Drama/ Guerra
Nacionalidade: México/ EUA

Henrique Magalhães
(todos os direitos reservados)