A obra de Marc Chagall é um verdadeiro mosaico temático de tendências artísticas variadas. Eclético por natureza, o artista plástico bielorrusso flertou com as mais variadas escolas de arte da sua época, como o surrealismo, o expressionismo e o cubismo. Teve uma vida intensa de exílios, amores e muita arte, tendo "desencarnado" ainda jovem, aos 98 anos de idade, em plena produtividade artística.
Abaixo, alguns pequenos aperitivos da arte desse gênio, e uma breve biografia de sua vida e obra.
A todos e todas, um bom deleite!
adam and eve expelled from paradise
chloe carried off by the methymnaens
circus horse rider
i and the village
la caduta di icaro
paradise
the enamoured
the poet with the birds
the sabbath
Nascido Mojša Zacharavič Šahałaŭ' (em bielorrusso
Мойша Захаравіч Шагалаў; em russo Мовшa Хацкелевич Шагалов), quando
entrou para o ateliê de um retratista famoso da
sua cidade natal. Lá aprendeu não só as
técnicas de pintura, como a gostar e a exprimir a arte. Ingressou,
posteriormente, na Academia de Arte de São Petersburgo, de
onde rumou para a próspera cidade-luz, Paris.
Ali entrou em contacto com as vanguardas modernistas que enchiam de cor, alegria e
vivacidade a capital francesa. Conheceu também artistas como Amedeo Modigliani e La
Fresnay. Todavia, quem mais o marcou, deste próspero e pródigo
período, foi o modernista Guillaume
Apollinaire, de quem se tornou grande amigo.
É também neste período que Chagall pinta dois dos seus mais conhecidos
quadros: Eu e a aldeia
e O
Soldado bebé, pintados em 1911
e em 1912, respectivamente.
Os títulos dos quadros foram dados por Blaise Cendrars. Coube a Guillaume
Apollinaire selecionar as obras que seriam posteriormente expostas
em Berlim, no ano em que a 1º Grande Guerra
rebentou, em 1914.
Neste ano, após a explosão da guerra, Marc Chagall
volta ao seu país natal, sendo, portanto, mobilizado para as trincheiras.
Todavia, permaneceu em São Petersburgo, onde casou um ano mais
tarde com Bella, uma moça que conheceu na sua aldeia.
Depois da grande revolução
socialista na Rússia, que pôs fim ao regime autoritário czarista,
foi nomeado comissário para as belas-artes, tendo inaugurado uma escola de
arte,
aberta a quaisquer tendências modernistas.
Foi neste período que entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir
do cargo.
Retornou então, a Paris, onde iniciou mais um pródigo período de produção
artística, tendo mesmo ilustrado uma Bíblia. Em 1927,
ilustrou também as Fábulas de La Fontaine, tendo feito cem gravuras, somente publicadas em 1952.
São também deste ano conhecidas, as suas primeiras paisagens.
Visitou, em 1931, a Palestina e, depois, a Síria, tendo publicado, em memória destas
duas viagens o livro de carácter autobiográfico Ma vie (em português: "Minha
vida").
Desde o ano de 1935, com a perseguição dos judeus e com a Alemanha prestes a entrar em mais uma guerra,
Chagall começa a retratar as tensões e depressões sociais e religiosas que sentia na pele, já que
também era judeu convicto.
Anos mais tarde, parte para os Estados Unidos
da América, onde se refugia dos alemães. Lá, em 1944,
com o fim da guerra a emergir, Bella, a sua mulher, falece, facto que lhe causa
uma enorme depressão, mergulhando novamente no mundo das evocações, dos
chamamentos, dos sonhos. Conclui
este período com um quadro que já havia iniciado em 1931:Em
torno dela.
Dois anos depois do fim da guerra, regressa
definitivamente à França, onde pintou os
vitrais da Universidade
Hebraica de Jerusalém.
Na França e nos Estados Unidos
da América pintou, para além de diversos quadros, vitrais e mosaicos. Explorou também os campos da cerâmica, tema pelo qual teve especial
interesse.
Em sua homenagem, em 1973, foi inaugurado o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall,
na famosa cidade do sul da França, Nice.
Em 1977 o governo francês condecorou-o com a
Grã-cruz da Legião de Honra.
Tendo sido um dos melhores pintores do século XX, Marc Chagall faleceu em Saint-Paul-de-Vence,
no sul da França, em 1985.