Dando continuidade à série composta por álbuns que marcaram
minha vida e ainda hoje me enchem de uma nostalgia juvenil cada vez que eu os
ouço, posto aqui comentários sobre mais sete álbuns marcantes de rock, dessa
vez internacional. Não dá para lembrar de todos, né!
PS: Sete não é um número esotérico nem, tampouco,
cabalístico para mim, é apenas um número que eu simpatizo. Aliás, sempre
simpatizei mais com números ímpares. Sei lá, talvez seja alguma coisa meio
cabalística mesmo. Ah... vamos aos álbuns!!
1 Guns N’ Roses – Appetite
For Destruction
Foi um dos primeiros álbuns de rock internacional que eu
realmente parei para ouvir. Já havia ouvido vários outros, mas não como este.
A banda, em seu primeiro trabalho de estúdio nos brinda com
um
hard rock suingado, irreverente,
pesado e melódico na medida certa. Foi, sem dúvida, em minha modéstia opinião,
o álbum mais equilibrado que eles lançaram ao longo de sua carreira. E a
guitarra de Slash constitui um show a parte.
O disco abre com o clássico
Welcome to the Jungle, e vai seguindo com uma série de clássicos
até hoje obrigatórios em seu
set list
como
Paradise City,
It’s so Easy e
Sweet Child O’Mine.
2 U2 – Under a Blood Red Sky
Este foi o primeiro álbum ao vivo gravado por este quarteto irlandês
(na época, 1983, ele foi lançado como um mini-LP), uma das bandas de rock mais
bem-sucedidas da história. Com uma carreira sólida e concisa ao longo dos anos,
com a mesma formação desde os primórdios o grupo passou por altos e baixos no
decorrer de sua história, porém vem se mantendo até os dias atuais sem deixar a
“peteca cair”, com turnês milionárias, os discursos messiânicos do vocalista
Bono Vox e um
set list mesclado com
clássicos históricos e mais recentes.
Nesse álbum ao vivo gravado em Dublin, capital irlandesa, em
1983, o grupo, ainda jovem, nos brinda com oito faixas até hoje clássicas, em
versões arrebatadoras, como
Gloria,
que abre o disco,
The Eletric Co.,
I Will Follow,
New Year’s Day e o hino
Sunday
Bloody Sunday.
3 Pearl
Jam – Ten
A cena grunge, surgida em Seattle (EUA, no início da década
de 1990, teve como filho mais famoso a banda Nirvana, liderada pelo tresloucado
Kurt Cobain. Esta, porém, está longe de ser a banda mais talentosa,
musicalmente falando, produzida pelo movimento. Aliás, para quem já assistiu
alguma performance deles em um show, percebe-se que eles ficaram muito mais
famosos pela “atitude” do que pela música, onde eles nitidamente não tinham o
menor pudor em desafinarem ou errarem notas, por exemplo.
Destaca-se, porém, bandas cujo talento era eminente, tanto
em estúdio como ao vivo, a exemplo do
Alice
in Chains e do
Pearl Jam.
Enfoquemos na última.
Formada pelo ótimo vocalista Eddie Vedder e por mais quatro músicos
excepcionalmente talentosos (os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready, o baixista
Jeff Ament e o baterista Matt Cameron), o
Pearl
Jam começou bebendo nitidamente na fonte de bandas setentistas inglesas,
como o
The Faces e o
Rolling Stones, como se percebe no seu
álbum de estréia, o
Ten, lançado em
1991. Nesse disco, recheado de clássicos até hoje indispensáveis em qualquer
apresentação da banda, há pancadas como
Once,
Why Go,
Jeremy e a maravilhosa
Even
Flow, e também baladas como
Release,
Alive e a belíssima
Black.
4 Metallica – Metallica (“The Black Album”)
Na cena
thrash metal
mundial, nenhuma outra banda se destacou como o
Metallica. Considerado por muitos críticos como os pioneiros do
estilo, uma espécie de
heavy metal
com um som mais “sujo” e mais agressivo, o grupo lançou álbuns clássicos ao
longo de sua carreira de 30 anos.
Entre 1983 e 1991, gravaram cinco álbuns clássicos: Kill’n Wall (1983), Ride the
Lighting (1984), Master of Puppets
(1986), …and Justice for All (1988) e
Metallica (1991). Esta constitui a
fase áurea de sua longa história.
No último álbum citado acima, conhecido popularmente também
como “
The Black Album” devido a capa
em tom negro (provavelmente uma homenagem póstuma ao falecido ex-baixista Cliff
Burton), o grupo apresenta um som mais cadenciado em relação ao álbuns
anteriores, embora ainda pesado.
Destaque para as belas The
Unforggiven e Nothing Else Matters,
e as clássicas Sad But True, Enter Sandman e Wherever I May Roam.
5 Radiohead – OK Computer
Eleito por diversas revistas especializadas em rock n’roll e
música em geral como um dos melhores álbuns de rock da década de 1990, a
exemplo da conceituada
Billboard,
esse álbum consagra de vez o Radiohead, um dos pioneiros do movimento
BritishPop (ou simplesmente, Pop Britânico)
dos anos 1990, como uma das bandas mais criativas ainda em atividade da música
mundial. Sim, Thom Yorke é um poeta genial cercado por músicos talentosos, como
o guitarrista Ed O’Brien, que compõem a cozinha perfeita para o
menu de canções a serem servidas.
O Ok Computer constitui também o álbum mais equilibrado do
Radiohead, onde este combina perfeitamente a sonoridade pop de seus álbuns anteriores,
o
Pablo Honey (1992) e o
The Bends (1995), com o experimentalismo
que viriam a ser mais enfocados em seus trabalhos posteriores, como o
Kid A (2000) e o
Amnesiac (2001). Tematicamente, o álbum aborda a
tecnologia, a política, a alienação e a hipocrisia
social. Destaque para No Surprises, Karma Police, Let Down e a espetacular Paranoid
Android.
6 Iron Maiden –
Powerslave
Quando eu comecei a ouvir rock pesado, comecei pelo thrash metal, uma variação mais
agressiva do heavy metal, por bandas
como Megadeth, Metallica e Slayer. Ouvir o Iron Maiden pela primeira vez, através
de um grande amigo que eu considero um irmão chamado Manoel, foi antes de tudo
a descoberta de que era possível fazer um som pesado e ao mesmo tempo melódico.
Virei fã quase que instantâneo da banda.
Maior representante do movimento conhecido como
New Wave of the British Heavy Metal
(NWBHM), surgido no início dos anos 1980, o Iron Maiden começou como um
quinteto centralizado nas personalidades do guitarrista Dave Murray e do
baixista Steve Harris, únicos integrantes fixos do grupo até então. As
temáticas de suas letras alternam entre histórias de ficção científica,
misticismo e até eventos históricos.
No
Powerslave, quinto
álbum de estúdio do grupo (lançado em 1984), o time é composto pelos vocais de
Bruce Dickinson, a guitarra de Adrian Smith e a batera de Nicko McBrain, além
dos já citados membros, constituindo a formação mais clássica do grupo.
Clássicos como
Aces High e
2 Minutes to Midnight são até hoje
obrigatórios em qualquer turnê do grupo. Na minha modéstia opinião, é o melhor álbum
já produzido pelo grupo, juntamente com o
Piece
of Mind, gravado um ano antes (1983). Ambos não contêm uma única faixa
ruim, ou sequer regular.
7 Sepultura – Arise
Quando ouvi pela primeira vez o Sepultura eu devia ter uns
17 anos. Pirei instantaneamente (sem exageros)! Foi através de um amigo chamado
Cléo, que andava comigo e com alguns amigos “roqueiros” da rua onde morei em
minha juventude. Na casa dele havia um LP
Arise,
juntamente com algumas outros discos pertencentes a sua mãe. A capa já me
assustou logo de cara. Uma coisa quase que apocalíptica! Quando comecei a ouvir
os primeiros acordes de
Arise (faixa-título)
então, me arrepiei todo. Nunca havia ouvido nada tão pesado e tão tenebroso ao
mesmo tempo. Mas acabei ficando viciado pelo álbum, a ponto de eu os mesmo
citados amigos termos, na época, encomendado camisas pretas com a capa do
citado álbum gravada. Em shows de rock que rolavam na cidade, ou até mesmo em
outros eventos, só dava ela.
Pioneiros no movimento surgido em Belo Horizonte no fim dos
anos 1980 que divulgava o metal pesado cantado em inglês, juntamente com bandas
como Chakal e Sarcofago, o Sepultura foi fundado pelos irmãos Max (vocal e
guitarra rítmica) e Igor Cavalera (bateria) e depois consolidado com Andreas
Kisser (guitarra solo) e Paulo Jr. (baixo). Foi também uma das bandas brasileiras
pioneiras a desbravar terras estrangeiras com o tipo de som que faziam.
Além de Arise,
destaca-se pancadas como Dead Embryonic
Cells, Desparate Cry, Subtraction e a versão matadora de Orgasmastroin, do Motörhead, uma de suas
maiores influências.
henrique magalhães
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